terça-feira, 23 de março de 2010

Ataque sem trégua




No quartel general as autoridades andavam preocupadas, porque tinham confiado na força Delta, mas ao que tudo indicava seus soldados haviam falhado. E agora os videntes reunidos, não seriam suficientes para localizar o homem do passado e com isso por fim a essa era de treva e medo.
— Nenhum notícia do Grupo Delta ? — Indagou o General Fernandes
—Nada senhor, ao que tudo indica, eles saíram da cidade do lago depois de conseguirem segurar um grande ataque contra aquela localidade. — Respondeu a tenente Natalia.
—Pelo que fui informado pelo General Maia o comandante Roberto desobedeceu a uma ordem direta e ao invés de ir resgatar os videntes ficou na aldeia a fim de proteger as pessoas de lá.
—Digo que o homem é um irresponsável, agora todos estamos correndo um sério risco de sermos mortos, estamos sem rumo. — falou o capitão James um sujeito magro e alto.
—Se foi ordens diretas isso tem que ser apurado, mas já estive com o comandante Roberto e os seus soldados para saber que ele é muito hábil em um campo de batalha e por inúmeras vezes salvaram muitas vidas. — falou o general Fernandes
—Se me permitem senhores, quantos videntes são necessários para que se localize o homem do passado?
—Antes de lhe responder cara tenente, vou lhe falar como os videntes agem. Eles conseguem prever situações que podem ou não o correr no futuro, mas não conseguem por exemplo saber se um homem esta escondido atrás de uma porta. Isso nos deixa angustiado é como olhar através da neblina, nós nunca podemos prever com clareza o que esta a nossa frente. Por isso é fundamental que tenhamos cerca de 30 videntes concentrados na sala da torre, e até agora só temos 12 ou seja menos da metade.
Dentro da torre, toda protegida por vidros blindados, a sala ainda possuía cadeiras confortáveis de cor branco e alguns jarros com palmeiras e samambaias espalhadas pelos cantos. O solo era liso e o piso refletia boa parte das paredes bem como seus ocupantes. O grupo de vidente andava de um lado para o outro, todos entediados, há muito não previam nada. O ar estava carrego e precisava ser limpo as energias negativas fluíam e atrapalhavam as visões.
Ser vidente não era muito bom, pois assim que eles eram descobertos suas vidas mudavam drasticamente, uma vez que os militares se apossavam das suas vidas e os conduzia para uma batalha mesmo contra sua vontade. Não era raro o caso de videntes que vinham estranhas entidades maléficas que apareciam e sumiam como fumaça. Para eles a chave era o homem do passado, todos sonhavam com alguns fragmentos dessa profecia. Lucas um jovem de 16 anos era o que mais sonhava com o estranho homem do passado.
No sonho de Lucas ele não via com clareza o rosto do homem do passado, mas andava ao seu lado e ele mostrava uma maquina cheia de luz. Mas alguma coisa maligna guarda a maquina e a coisa se movia rápido com suas garras metálicas e um rosto louco. Lucas olhava pela vidraça que dava para a floresta o vista era exuberante e as serras e árvores dava lhe a sensação de paz. Mas repentinamente algo lhe chamou atenção
Três videntes caíram começaram a gritar. Os outros rapidamente formaram um círculo ao redor dos três que estrebuchavam, então todos deram as mãos.
A visão que viram os deixou perturbado, um exército composto por bestas que lembravam anfíbios enormes vinha para atacar o comando central. Então quando eles tentaram a visar, o som de explosão foi ouvido e um alarme disparou. Tarde de mais as criaturas já tinha cruzado a linha de defesa.
As criaturas avançavam rápidas e pulando logo atravessaram os muros. O alarme soou, e correria se iniciou , homens do circulo armados . Corriam para seus postos de defesas. Cargas explosivas disparadas pelas bestas, atingiam o complexo.
Os anfíbios cyborgs já faziam suas primeiras vitimas.
—Senhor os desgraçados agora atacam com armas de fogo senhor, e esses são novos. — Falou um soldado desesperado para o General Fernandes.
— Se eles atacam com poder de fogo é por que sabem que podem morrer também, então vamos mostra para esses filhos de uma puta como é que os humanos atiram. Tenente vá cuidar para que os videntes fiquem bem.
Natalia pegou sua arma e correu na direção do elevador, a torre fica a três andares de onde estavam. Todavia quando chegou na porta do elevador o alarme de incêndio sou e tudo foi desligado. Procedimento padrão em caso de incêndio cortar energia. Maravilha ela teria que subir as escadas.
Os soldados do circulo conseguiram abater algumas criaturas. Suando suas habilidades de luta eles atacavam as pernas dos monstros com disparos de metralhadora, bastões de choque e espadas. Contudo essas criaturas além de possuir um vasto poder de fogo, ainda saltavam muito alto e andavam pelas paredes um pesadelo vivo.
Lucas viu quando os soldados correndo atiravam contra as criaturas que saltavam e disparavam balas para todos os lados. Vidros se espatifavam e o barulho enchia a sala.
Natalia correu e abri a porta do corredor, tudo estava escuro a não ser pelas luzes amarelas e vermelhas piscando o local parecia deserto. Corpos espalhados pelo solo e marcas de bala nas paredes. Havia também principio de fogo em alguns pontos. Fumaça subia e varria o lugar. O coração da moça estava disparado e o suor escorria pelo seu rosto.
O vidro da sala dos videntes tinha sido que brado e dentro do lugar o caos imperava, marcas de destruição por todos os lado. Mobiliais quebradas, paredes perfuradas por balas e plantas caídas em meio a uma poeira grossa de cacos de vidro que se misturava a corpos de soldados, videntes e bestas que jaziam sem vida no solo.
Duas criaturas caçavam os únicos sobreviventes: uma mulher de meia idade, um homem e um jovem alto.
Continua no próximo capítulo

quinta-feira, 11 de março de 2010

O Deus da água parte II



Bem longe da li no posto de parada outro grupo de guerreiros esperava para levar os videntes até o comando central. O líder dos soldados ali atendia por nome de Kiara , uma morena com longos cabelos, preso em trança. Olhar sério e dona de um corpo atlético, ela possuía uma personalidade forte. Sua companhia era formada por mais três homens e quatro mulheres. Todos membros do circulo e trabalhando direto com o comando central.
—Eles já deviam ter chegado, dois dias, isso me preocupa muito — falou Kiara, olhando para Roberto um moça baixa , mas muito bela de olhar misterioso e pernas grossas.
—Talvez eles tenham tido algum problema sério — disse Roberta.
—Quem esta no comando do grupo Delta? — Indagou Elaine uma morena alta de olhos puxados, cabelos lisos e corpo bem definido.
—Chama-se Roberto. — Respondeu Kiara e logo passou a língua entre os lábios.
—Já escutei falar dele — Disse Roberta ajeitando o busto para acomodar melhor no soutien. Roberta esta com calça e camiseta, por causa do calor.
—Segundo falam, quando ele foi iniciado no circulo, logo depois de ter saído voltou aos esgotos. E comentam que ele voltou lá mais vezes que qualquer um e na maioria estava só, sempre tentando resgatar alguém que tinha ficado lá.
—Deus do céu eu ainda tenho pesadelos com aquele lugar! — Comentou Elaine. Depois do comentário elas ficaram em silêncio quase sempre ninguém gostava de falar sobre os esgotos, pois eles revelavam o medo e lembravam que nas trevas só há lugar para a loucura de almas condenadas.
—Não gosto de esperar, me deixa impaciente, pois há muito pra fazer. — disse Kiara. Nesse instante adentrou Bruno um sujeito forte; chegou trazendo um punhado de pássaros mortos. Ele acabara de retornar de uma pequena caçada.
Bruno era um soldado alto, careca de cavanhaque e cicatrizes no rosto e braços. Possuía uma tatuagem de um dragão nas costas largas. Seus olhos eram castanhos escuros e se intitulava o guardião de Kiara morreria pra defendê-la.
—Vamos comer alguns passarinhos fritos para mudar o cardápio — falou chacoalhando os pobres copos sem vida das aves.
—Credo que nojo, coitadinhos, até parece que estamos morrendo de fone — disse Roberta fazendo careta.
—Tudo bem fofas quando estiver pronto eu não vou dar a nem uma das três princesas.
Kiara pegou sua arma e começou a fazer a limpeza da mesma, montar e desmontar uma arma eram obrigação de todo soldado, bem como zelar para que o equipamento bélico estivesse sempre nas melhores condições, uma vez a vida de todos eles podia estar em risco caso o disparo não saísse na hora exata.

Dentro do tempo Roberto e os seus comandados ainda em missão de resgate, andavam com cuidado observando toda a construção que era escura e cheia de lodo nas paredes. O coaxar das rãs e sapos era constate ali dentro.
Parecia impossível, todavia desde que os videntes foram capturados na cidade do lago Roberto e os soldados do círculo andavam a procura dessas pessoas sagradas. Claro que havia muitos mistérios que cercavam aquela jornada, um deles era para onde foram levadas as crianças da vila da água e por quem? Roberto livrou sua mente desses pensamentos, para um guerreiro, pensar sobre outra coisa que não fosse a situação atual poderia muito bem condenar toda operação e por em risco desnecessário sua vida e de seus soldados.
Se esgueirando pelas paredes eles subiram uma escada de pedra, depois passaram por uma brecha estreita. Depararam-se com um corredor mal iluminado, onde uma forte corrente de ar sobrava intensamente.
Deda agachou-se e foi se aproximando junto com Roberto, Leandro e Ju. Mais a frente Havaí uma ponte de madeira vermelha que balançava sem parar. Olhando para baixo eles viram alguma coisa se movendo na sala, uma vez que a sala era composta por varias colunas de mármore o clarão das tochas refletia nessa pedra dando ares mais misteriosos ao lugar. O solo era repleto de água.
— Que porra deve ter ai embaixo ? Indagou Leandro.
—Sei lá, mas esse local me da calafrios — disse Deda fazendo careta.
—Esquece a merda do calafrio e rastreia para onde os desgraçados levaram os malditos videntes. Essa busca já ta me cansando. — disse Roberto visivelmente de mal humor.

Deda observou o solo e disse:
— Temos que seguir adiante. Como aponte parece velha agente passa primeiro, depois os outros seguem.
Quando seguiram pela ponte um vento forte sacudiu a ponte e Leandro foi arremessado para baixo. O impacto da queda foi amortecido pela água. Então logo em seguida, duas cobras grandes se ergueram da água. Roberto saltou disparando e Deda o seguiu. Os outros ficaram sem entender uma vez que ainda estavam afastados da travessia de madeira.
Logo gritos foram ouvidos e atrás dos outros membros do círculo, por uma abertura na parede, surgiram muitos homens vestidos como roupas que lembravam peixes. Eles vinham correndo na direção do grupo. Portavam lanças e correntes como armas.
Montanha virou o rosto virando o olhar na direção da gritaria. Juliana , Raquel se prepararam para a luta, assim como os demais. Shatan sentiu um frio na barriga porque mais uma vez eles estavam colocando a vida em risco e como ele não era soldado isso mexia muito com seu lado psicológico, não que os homens do grupo Delta não tivessem medo,mas eram mais experientes nesse tipo de abordagem violenta. O japa desembainhou sua Katana e Núbia pegou seus bastões de choque.
Enquanto isso lá na parte de baixo, Leandro corria com a água até os joelhos em quando uma cobra enorme o perseguia. Roberto atirou na outra sucuri, mas ela se desviou rápido e a penas poucas balas atingiram o alvo. Deda quando pulou caiu dentro do poço mais fundo e agora nadava para voltar até a superfície.

A luta perto da ponte se desenrolou favorável para os soldados do círculo uma vez que com seu treinamento, nas artes marciais e disciplina militar aliados ao armamento superior logo eles liquidaram os homens com vestes de peixes. A gritaria e o som de luta preencheram o ambiente.
O último oponente foi erguido por Rubens , o montanha e atirado de cima da ponte.
Leandro conseguiu se esquivar de vários botes dado pela anaconda. Então ela se enrolou em uma das colunas e ficou balançando a cabeça tendo pegar Leandro. Roberto saltou e atirando certou a cabeça da outra cobra o sangue se espalhou manchando a água com sua cor escarlate. Deda subi e viu Leandro encurralado. Pelo olhar de desespero do amigo a sua arma provavelmente tinha travado. Deda ágil rápido, e assim que o réptil se lançou sobre Leandro teve seu corpo e boa parte da cabeça perfurada por balas disparadas pela metralhadora de Deda.
—Ei na moral pensei que eu ia me fude agora, a porra da arma engasgou. — Disse Leandro ofegante.
— E ai rapaziada estão todos bem? — Indagou Montanha gritando com sua voz de trovão.
—Tudo certo, meu amigo — Disse Roberto.
—Tivemos uns problemas aqui, mas já resolvemos, uns cretinos apareceram vestidos como uns malditos peixes e botamos no rabo deles— falou Raquel.
—Vamos dar uma vasculhada aqui em baixo e depois subimos — Disse Roberto.
—Muito engraçado não vamos deixar vocês se divertirem ai sozinho falou Núbia e pulou em seguida. Não demorou muito e todos encontrava-se lá embaixo.
O lugar era uma sala retangular com muitas colunas de mármore de cor rosada. As paredes eram de pedra escura mais brilhosa. A água tinha tonalidade verde claro. Deda examinava uma estranha escrita que estava gravada sobre uma placa de madeira.
“Aqui é o templo de Amon o Deus da água só ele pode purgar nossos pecados, morrer aos seus pés é uma recompensa divina”
—Interessante essas palavras, só que na to afim de morre nos pés desse Deus — disse Shatan.
Depois o grupo seguiu por um estreito corredor no final da sala do lado esquerdo. As paredes ali eram escuras e molhadas, e não havia luz. O caminho estava encharcado e a qualquer momento podiam cruzar com outra cobra ou Deus sabe que mais perigos habitam aquele templo.

Continua no próximo capítulo ...