sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Capítulo I




O sol vai morrendo no horizonte e com ele uma nova coloração pinta o céu. As cores azuis e amarelo vão se misturando em tons de degrade que se mesclar com o brilho das estrelas. Em meio a esse espetáculo o grupo Delta deixava sua aldeia, nas encostas da montanha e rumam para o norte.
Andando em Dupla eles seguiam por uma trilha em meio à mata, os membros são: Roberto o líder do esquadrão andava ao lado de Raquel, a ruiva. Rubens Montanha o careca de pele negra, formava dupla com Leandro. Núbia a morena de cabelos curtos caminhava ao lado de Juliana, a branquinha de longas madeixas negras, Deda o magrela de bigode e cabelos crespos, vinha atrás como o japa Iury.
Todos vestidos em seus uniformes de batalha que tem diferenças singulares entre eles, mas que servem ao mesmo propósito, ser um escudo para as partes vitais do corpo e ainda guardar suprimentos a fim de garantir a sobrevivência do grupo. Por isso são feitos de kelva reforçadas nos prontos vitais e articulações com liga de carbono. Basicamente as roupas se dividem em botas, luvas, calças, coletes, protetor para joelhos, cotovelos e cervical e quando necessário um capuz e mascara que ficam embutidos.
A vestimenta das mulheres tem alguns diferencias são ajustadas ao corpo como se fosse uma lycra, que cobre as pernas e troco.
Cada traje carrega com sigo uma pequena bateria que é alimentada por duas pequenas baterias que carregam com a luz solar. Essas pilhas são usadas com a finalidade de fornecer calor nos lugares frios e controlar o calor nos lugares muito quentes, ele funciona como um climatizado de roupa e também capta do ar partículas de água que abastece o grupo quando há escassez de água.
As botas são grandes e chegam quase perto dos joelhos, nelas existem correias e bolsos. Onde armas menores podem ser carregada, bem como munições.
A fora isso cada um carrega um mochila contendo material de rapel, remédios e suprimentos. Os armamentos consistem em pistolas calibre 45, um metralhadora, bastões de choque, escopeta, facas, rifle com mira telescópica e uma espada Katana reforçada em sua liga metalica com fibra de carbono.

Depois de caminhar pela mata eles saem em uma clareira, onde há muitos veículos abandonados e entregues à ferrugem, são carros de passeio, caminhões, motos e jeepe. A noite já é soberana e não há lua, apenas o mar de estrelas piscando no firmamento.
Roberto faz um sinal para que o grupo pare e fiquem em posicionamento defensivo. Em seguida Iury rasteja e até se aproximar de Raquel e Roberto. Esses encontravam-se de bruços espiando para o cemitério de carros.
— Estão vendo alguma coisa? — Indagou falando baixo.
— Inda não seu retardado e por isso que precisamos que você vasculhe o lugar com a luneta da tua arma — disse Raquel, Roberto esboçou um sorriso. Logo Iury espiava o lugar com a luneta da arma colocada para visão noturna. Tudo parecia quieto.
Deda e Rubens assumiram a retaguarda Núbia ficou no centro perto de Juliana e Leandro.
— E ai porra visse alguma coisa? — Indagou Raquel, mas o japa nada falou apenas continuava sua observação. Então algo se mexeu atrás da segunda fileira de carros perto de onde o mato era mais alto. Iury ajustou o foco e viu um homem correndo já bastante ferido e em sua perseguição duas bestas saltavam sobre os carros e perseguiam o infeliz.
Quando um das criaturas saltou sobre o humano foi jogada por um tiro certeiro de Iury. O outro predador parou e ficou confuso procurando o que tinha atingido o companheiro de caçada. Então um novo disparo acerto lhe entre os olhos ele caiu morto. Iury varreu a área, mas não havia sinal de mais criaturas.
— E ai cara tem mais algum desgraçado por ia?
— Não lindona
— Vamos pessoal precisamos socorrer o homem ferido — Falou Roberto.
— Boa japa matasse dois deles? — Indagou Deda que já se aproximara, dando um soco no ombro de Iury.
— Espero que não haja mais por ai — disse Juliana
— Se foi só uma caçada acredito que não, mas buscavam outra coisa, com certeza teremos problemas — falou Montanha, limpando o suor da testa com as costas da mão.
O Grupo Delta foi se aproximando com cautela, logo chegou ao local onde um moribundo gemia de dor. O homem devia ter uns quarenta anos, possuía barba grisalha e vestia um macacão verde escuro. Pelo corpo havia marcas de garras e os ferimentos eram bem sérios.
Próximo ao corpo do homem encontrava-se duas bestas, uma mais a frete e outra perto do que um dia fora uma caminhonete. A simples visão daquelas criaturas fazia com que não se deixasse de apontar as armas para elas, mesmo estando mortas. Essas duas tinham aspectos que lembravam um felino, todavia a mistura de metal, pêlo e músculos, deixava claro que não se tratava de uma obra puramente da natureza, mas uma aberração feita com um único propósito, caçar e destruir.
Tudo era a mais perfeita evolução da integração da máquina com um animal. Mas acima de tudo, era assustador e medonho, ver olhos de robôs, grudados na carne de mamíferos. Patas com garras metálicas. Carne e metal se fundindo nos músculos salientes dos predadores. Segundo alguns livros antigos tudo tinha começado com a: nano tecnologia. Mas ninguém sabia ao certo sobre onde e quando essas coisas tinham dominado o mundo e deixando uma espécie soberana agora extinta: a raça humana estava mergulhada nas trevas.
Roberto agachou-se perto do moribundo. O sujeito gemia e sangue lhe encharcavam as roupas rasgadas.
— Podes me ouvir?
—Esse já era só lamento comandante, é melhor deixá-lo ai para morrer em paz — falou Montanha. Roberto fez um gesto com a mão pedindo silêncio e foi colocando a orelha perto da boca do homem. Ele aparentemente fala coisas sem nexo, então abri os olhos repentinamente e disse: — Vocês têm que proteger a vila... — ele parou fez uma careta de dor. — Rápidos guerreiros, no bolso têm um pequeno mapa para a vila, as bestas procuravam isso, quando nossa equipe de reconhecimento foi perseguida... Rápido! Não há tempo, eles precisão saber do ataque... — Essas foram suas últimas palavras.
O comandante pegou o mapa no bolso e por sorte os pingos de sangue não mancharam o mapa.
Roberto levantou-se e se pós a analisar o tal mapa. O colocou sobre um capo enferrujado de um Honda Accord v6 branco. O pedaço de pano onde estava o desenho era um pouco maior que um guardanapo aberto. Logo os outros se juntaram a fim de examinarem a carta geográfica improvisada.
— A vila fica para o noroeste, e ao que tudo indica, teremos que cruzar serras e um rio ou córrego — Disse Núbia.
—Por que temos que ir lá? A meu ver será um desperdício de energia e um risco para a missão — Disse Raquel
—Estou contigo e não abro temos que seguir nosso caminho— Falou Leandro.
— Querem calar a porra da boca e deixar o nosso líder se pronunciar seus caralhos!! —Rosnou montanha. Deda grelou os olhos e Juliana chegou mais perto e serrou os lábios.
— Vamos seguir para a vila, míngüem morreria tentando levar alguma notícia se isso não fosse urgente! — Falou Roberto com determinação na voz. Em seguida ergueu rosto e fitou os olhos dos comandados. Encarar Roberto nunca era uma tarefa fácil, aquele olhar determinado acentuado por uma cicatriz perto do olho esquerdo descendo até a boca, lembrava a quem o seguia que ele era um sobrevivente em um mundo caótico. Um sobrevivente lutando para manter a segurança dos seus comandados, um sobrevivente que desde os tempos da iniciação nos esgotos, fora o único a voltar a fim procurar os que haviam ficado para trás.
— Ok gente. Vamos andando, afinal o caminho vai ser longo — falou Leandro.
Assim que adentraram na mata fechada, seguiram o mapa. Caminharam sem descanso por mais de duas horas, um marcha forçada, mas que todos já haviam se acostumados a ela pelos anos de prática. O terreno era demasiadamente irregular, subidas, descidas, pedaços de galhos caídos e grossas raízes pelo trajeto dificultavam o percurso, caminhar na escuridão sempre se tornava complicado.
Quando a mata fechava o caminho, Roberto ia à frente seguido pelos outros todos em fila indiana. Passaram por uma grande serra que ficava a direita do grupo. A formação rochosa lembrava um castelo feito na areia por mãos não habilidosas. Ali a mata cedera dando lugar a arbustos espalhados por entre árvores de eucalipto. O vento soprava suave chacoalhando as folhas dos grandes arvoredos.
— Maldito mapa, já estaríamos perto do primeiro posto de apoio se não fosse essa porra — resmungava lá atrás Juliana.
—Relaxa gostosura, o chefe sabe o que faz — disse Montanha. Mais a frente iam Deda e Roberto olhos atentos e passadas firmes.
— Capitão, eu posso fazer uma pergunta? — Indagou Deda.
— Positivo soldado.
— Achas mesmo necessário irmos para a tal vila?
— Sabe Deda, existe alguma coisa me incomodando, porque, antes do cara abri os olhos e pedir para eu ir até a tal aldeia, ele sussurrava palavras sem sentido, tipo “perigosas andando na escuridão”, “perigosas”, “matam os monstros”, “perigosas terríveis”. Depois ele regalou os olhos e falou normalmente. Como tivesse saído de um transe.
— Puxa chefe o cara tava piradinho.
— A sanidade é uma porta muito frágil para algumas mentes, mas acho que ele não era louco.
No céu algumas estrelas cadentes riscavam a noite alheias ao novo mundo cheio de medo para os humanos, contudo a vida brotava como nunca antes, depois de muitos séculos de poluição agora a natureza mantinha o equilíbrio, e novas espécies apareciam assim como as velhas ganharam força. O vento gemia baixinho açoitando a copa das árvores.
O grupo voltava a caminhar na formação clássica: em duplas. Fora a luz das estrelas, só existia a pequena claridade dos uniformes que em alguns pontos emitiam uma luz azulada, nos ombros e omoplatas. Isso evitava que na hora de um ataque a noite o eles não atirasse sem querer nos companheiros pelas costas. E também se fosse avistado de longe por predadores poderiam ser confundidos com um deles.
Subiram uma serra e depois desceram até as margens do rio. Pararam com a finalidade de descansar, beber água e comer um pouco.
— Formem um perímetro defensivo. Vamos acampar aqui por três horas e depois seguiremos, não quer entrar na vila com o dia claro, uma vez que pretendo observar o lugar primeiro e para isso não queremos ser vistos.
— Pode deixar chefia — disse Deda e saiu para colocar os detectores de movimento. A disposição dos aparelhos era formando um triangulo de aproximadamente cinco metros de cada ponto. O Japa tirou da mochila a ração que consistiam em proteína pura, glicose e energético feito com guaraná em pó e açaí. Depois pegou um pedaço de carne seca. Tudo vinha em barras dentro de sacos plásticos, menos a carne.
Juliana foi até o rio e mergulhou o cantil dentro da água e reabasteceu. Montanha já se encontrava sentado ao lado de Raquel, Roberto, Leandro, Núbia, Deda e Iury. Logo ju como era mais conhecida ficou ao lado de Roberto. Todos estavam comendo descontraídos. Entretanto as armas encontravam-se no colo bem ao alcance das mãos.
— À noite hoje esta linda — disse Núbia deitando a cabeça no colo de Montanha.
— Se tivesse lua dava para refletir o brilho dela na careca do Montanha — falou Juliana e todos riram.
— Puxa Ju, tu estragaste minha noite romântica. Agora que a mina tava se declarando — falou montanha com sua voz grave.
— Vai sonhando a bestado — respondeu Núbia e todos sorriram.
—Poderia ser a assim para sempre sem gritos ou lutas, meu Deus nasci na época errada — falou Roberto.
— Nossa estamos sensíveis hoje — disse Raquel.
— Chefe em que época você queria ter nascido? — indagou Deda.
— Sei lá um em que ainda mandássemos no planeta.
— É engraçado pensar como seria o mundo antes do castigo, pelos poucos arquivos que temos as pessoas pareciam felizes, andando nas grandes aldeias. — falou o japa.
— Não dar para acreditar que se podia viver em meio aqueles entulhos de concreto e poluição, fico tonta só de pensar — comentou Raquel.
— Às vezes penso que estamos em outro mundo, pois segundo os arquivos existiam estradas onde os veículos trafegavam com as pessoas. Aeronaves enormes que voavam de um país para outro. — Falou Iury.
— Quantos humanos há por ai? — Indagou Núbia.
— Acho que não muitos, pelas nossas viagens só vimos pequenas vilas e na maioria tem sempre os fanáticos religiosos de plantão. — disse Roberto.
— Eles são um pé no saco, aprisionam as pessoas com condenações e fogo eterno, como já se não bastassem as horas de agonia e medo que elas vivem — falou Deda.
— Por isso somos soldados, não precisamos ouvir essas baboseiras, seguimos adiante lutando — falou Montanha.
— Uma vez fui a uma pregação e o cara ficou gritando e girando daí cair na risada e fui colocado pra fora aos empurrões — disse Leandro.
— Deve ter gente boa e séria, só que ainda não achamos — disse Juliana.
A conversa entrou em outro assunto de então foram descansar. Raquel organizou o turno da vigilância, o primeiro turno seria de Iury e Núbia, depois Roberto e Deda e Montanha e Raquel. A outra Dupla dormiria direto, com isso pelo menos dois da equipe estariam mais alerta quando saíssem. O rio produzia um barulho agradável quando as suas águas corriam serpenteando as curvas do caminho. No céu algumas nuvens ralas eram levadas pelo ar. A gora que as grandes metrópoles foram engolidas pelas sombras e o abandono, as estrelas podiam ser vistas com todo seu esplendor.
Montanha olhou para o visor do relógio, ia dar uma hora da manhã. Hora de levantar acampamento. Ele Raquel acordaram o pessoal e em poucos minutos todos estavam caindo nas águas gélidas do rio.
— Isso é que chamo de um banho na madrugada — falou Deda.
—Frio da peste, vou congelar — reclamava Núbia.
— Ei, na moral vou ter um choque térmico — brincou Leandro.
— Querem calar a porra das matracas — Disse Montanha.
Roberto nadava ao lado de Juliana e Iury vinha emparelhando com Raquel. A margem não estava longe. E uma corrente leve forçava os braços e pernas a nadar com mais vigor.
Então quando já estavam com a água na cintura foi um alivio tomar pé. Nesse instante alguma coisa prendeu o pé de Roberto e ele foi puxado violentamente para baixo da água.
—Cacete que porra foi isso? — Indagou Montanha.
— Puta que pariu ninguém atira porra, ninguém atira pode atingir o chefe!! — gritou Leandro.
— Liga a porra do sensor térmico caralho!! — Gritou Raquel para Iury. O sensor térmico era um pequeno aparelho que captava ondas de calor imitidas pelos uniformes. Então rapidamente ele retirou o aparelho e o visor mostrou a forma de um homem lutando contra algo que prendia seu corpo. O japa não pensou duas vezes sacou a pistola e disparou foram cinco tiros.
Enquanto a fumaça sai pelo cano na arma, uma cobra imensa se ergueu tendo Roberto preso em um abraço mortal, todavia ele estava apunhalando o bicho com uma faca. Assim que viu o corpo da maldita cobra, Rubens o, Montanha, disparou e o bicho foi cortado ao meio pela rajada poderosa da metralhadora. Roberto caiu na água.
— Puta merda! — falou Juliana.
— Vamos sair da água pode ter mais dessas cosia ai — disse Deda.
Já fora de perigo Roberto ofegante agradeceu ao Japa e Rubens por salvarem sua vida.
— Meu amigo que agonia da porra, pensei que ia morrer — falou Roberto.
— Você é um sobrevivente chefe, não morre lembra? — falou Deda.
— Belo disparo Montanha, tu e o japa foram foda mesmo — disse Raquel.
— Bem vamos andando já basta uma distração por vez.
— Ok Capitão seguiremos para a vila. — falou Leandro

Um comentário:

  1. MUITO BOM,E O Q ESTA FALTANDO PARA O BRASIL,ESCRITORES DE FICÇÂO !
    PARABÉNS

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