sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A vila Capítulo II





Deitados na relva de um morro eles, observam com seus binóculos a vila. O lugar parecia calmo, poucas casas, nada de torres de segurança nem pessoas caminhando. Um casarão maior no centro da vila se destacava das outras moradas, por causa da torre vistosa que fora construída sobre o segundo andar da casa grande. Árvores de folhagens ralas brotavam do solo como mãos esqueléticas que tentavam agarrar o céu. Elas estavam espalhadas pela vila perto das casas.
Apenas duas pontes conduziam para o lugar. Mas o que mais chamou atenção do grupo foi uma estranha pedra brilhosa a qual ficava presa sobre a ponte mais a oeste. Ela fora amarrada com correntes a uma grande árvore de galhos secos.
Mais ao leste a ponte menos imponente, dava as boas vindas aos visitantes. No final da ponte um portão de ferro fora construído em forma de arco e um letreiro tinha sido colocado com a seguinte mensagem: Bem vindos à comunidade o lugar da verdade.
— Capitão! É tudo aberto não há muros — disse Leandro.
— E algumas luzes estão acessas a meu ver isso atrairá os predadores. — falou Juliana.
— Muito estranho... nunca vi uma vila tão desprotegida — falou Montanha.
— É isso que ta me intrigando, a pedra é um chamariz, não faz sentido.
— Já fizemos o levantamento possível e temos duas rotas de fuga — disse Raquel.
— Ótimo. Vamos pessoal e cuidado somos estranhos a recepção pode não ser das melhores.
O grupo se dirigiu para ponte leste. Atravessaram sem nenhum incidente. Embaixo havia uma queda livre de aproximadamente uns cem metros e ao que tudo indicava não existia rio passando por ali.
As ruas eram calçadas e folhas secas se a mutuavam pelo chão. As casas eram todas feitas de madeira. E em algumas poucas os moradores tinha cultivado jardins na frente de suas residências.
A luz de uma casa foi acessa. A porta abriu e de lá, saiu uma velha com vestes negras e um lenço vermelho na cabeça.
— Olá forasteiros! O quê fazem perdidos ai fora em uma noite fria como essa?
— Boa noite senhora somos do esquadrão Delta, membros do círculo...
— Nunca ouvir falar. Mas vamos entrando porque não somos criaturas feitas para a noite, na escuridão só há demônios. Posso fazer uma sopinha quente a fim de aquecer os ossos. Venham jovens.
— Gostaríamos de falar com o chefe da aldeia — disse Roberto
— Eu também gostaria de voar, mas não posso e além do mais seu desejo pode ser atendido amanhã o meu não!
Leandro fez menção de rir, todavia Montanha já estava de olhos nele. E assim eles foram acolhidos pela simpática senhora em sua morada.
Na árvore maior no canto mais escuro, perto da casa grande, dois homens observam a cena. Desceram e foram contar ao chefe da vila. Mais os escolhidos haviam chegado eles seriam muito bem vindos.
No interior da casa da velha sala era ampla e ao lado da porta dando acesso ao primeiro anda havia uma escada. Alguns quadros de moldura negras nas paredes contrastam com a pintura branca do lugar. As pinturas dos quadros eram de rostos fantasmagóricos de pessoas sérias que foram aprisionadas por um pincel de algum artista sem talento. No centro da sala havia um grosso carpete negro. Apenas um sofá velho já com mancha de mofo, uma mesa de madeira escura e cinco cadeiras era a mobilha da sala. Na parede a direita da porta principal, sobre uma cômoda fora colocado um candelabro com algumas velas acessa. Provavelmente fora luz que eles avistaram do lado de fora.
— Podem sentar meus queridos. Vou preparar a sopinha para vocês.
— Não precisa se incomodar senhora — falou Montanha.
— Claro sim! É uma lição que minha falecida mãe sempre me ensinou: nunca deixe pessoas boas desamparadas, isso nunca. — dito isso ela se dirigiu para a conzinha.
—Que fofa, cuidando dos netinhos dela — falou Núbia.
— Chefe o que vamos fazer, tomar uma sopinha? — indagou Deda
— Pode ser mais depois vamos falar com o responsável pela vila, o cara que nos entregou o mapa, tinha urgência que levássemos sua mensagem.
— Bem vou sentar e descansar nesse velho sofá. Minha linda bunda precisa de conforto — Disse Raquel.
—Bota linda nisso!! — Falou o Japa
— Homens sempre pensando primeiro com a cabeça de baixo — comentou Juliana.
— Calma Ju não precisa ficar triste, até porque não sei qual das três têm o bumbum mais belo — falou Montanha.
— Há há ... Que graça — disse Raquel com cara abusada.
Todos se acomodaram menos Roberto que ficou na janela espiando para fora. Raquel encontrava-se instalada no sofá junto com Deda e Juliana, sentados no tapete estavam Leandro, Montanha e Núbia. O japa tinha ido juntar-se a Roberto perto da Janela. Logo o cheiro de sopa de batatas com cenoura e cebola invadiu o ar. Pouco depois a estranha figura gritou que eles já poderiam se servir.
— A velha tem cara de doida, mas que o cheiro ta ótimo isso não podemos negar — disse Deda.
—Vou ser o primeiro a ir, porque, se não montanha não deixa nada pra ninguém — falou Leandro e disparou para a cozinha. E assim todos foram degustar a sopa inclusive Roberto, quem demonstrava maior resistência.
— A senhora não vai tomar um pouco da sua sopa não? — Perguntou Iury. — Estou tomando filho, só que gosto dela na caneca, isso não é café. — Respondeu a velha senhora de vestes negras. O grupo Delta comia com grande satisfação, pois o gosto da comida caseira era sempre bem vindo.
— Puxa esta uma delícia — Disse Juliana.
— Espera tem algo... — falou Roberto antes de desfalecer.
— Velha maldita — Disse Montanha e partiu para cima da idosa, mas antes de alcançar à senhora, caiu no por cima da mesa espalhando pratos e sopa para todos os lados. Todos tinha sido fisgados e a velha ria como uma louca.
Logo a porta foi aberta e muitos homens entraram na casa. Eles avançaram para o grupo Delta que se encontrava indefeso. E os arrastaram para o lugar especial, a final eles eram bem vindos ao lugar da verdade.

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