sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Capítulo XIV Noite escura parte 2



Os homens no centro do povoado formaram uma barricada atrás de caixotes de madeiras, sacos de arreia. Outros permaneceram dentro das casas, apontado suas armas pelas janelas. Esse era o perímetro defensivo interno. As bestas já avançavam fazendo suas primeiras vítimas.
De cima da muralha Leandro, Juliana, Iury, Shatan e Núbia continuavam atirando. Roberto descera para combater no solo, junto com Montanha, Raquel e Deda.
— Não estamos conseguindo desfazer a porra das pontes — Disse Iury. — Temos que continuar tentando, muitas feras avançam por essa maldita ponte — Falou Núbia. Os tiros pegavam algumas bestas e elas tombavam sobre a ponte de corpos. Então os cadáveres eram arrastados pelas outras criaturas até as margens do lago. Esse processo atrasava um pouco o ataque, todavia isso não ia conter a invasão. A vila seria destruída.
As bestiais criaturas agora corriam dentro do povoada, dilacerando com suas garras metálicas e dentes fortes, os frágeis corpos humanos. Augusto foi perseguido por um predador que o viu se esconder entre os escombros. Augusto pensara que saindo do centro da luta poderia salvar sua vida, todavia o que fez foi se isolar. Virou uma presa fácil.
A ferra o encurralou entre o muno de pedras e algumas estacas caídas de madeira. Augusto já ouvira falar das bestas, mas nunca tinha visto uma tão de perto. A gora o terror que sentia não se comparava a nada que havia sentindo antes. Ele contemplava a morte. Ela era imponente, sobre quatro patas, os músculos, pêlos e metal se fundiam maravilhosamente.
O metal azulado estava espalhado pelas pernas da fera. Se iniciava nas as garras e se ramificava como uma raiz pelas pernas e ia tomando a forma nas coxas. Depois se espalhava para o peito, e partes do dorso mais na lateral. Os olhos mecânicos brilhavam como velas da morte. A boca e o nariz não assim como as orelhas não possuíam metal. A baba pingava daquela boca feroz. Podia-se ver nitidamente as pintas da onça nas partes onde não havia cobre. A besta cravou suas presas na garganta do infeliz. Augusto lembrou-se mais ou menos das palavras de Roberto: ”Vocês vão pedir a Deus para terem lutado”.
Roberto percorreu uma pequena distancia da muralha até o centro da aldeia, seguido por Montanha, Raquel e Deda. Feras adentravam por um buraco na ala norte da muralha e outra pelo lado noroeste. Roberto pegou a escopeta que disparava balas explosivas. Se pôs perto da barricada.
Dois monstros saltaram sobre Roberto o tiro foi certeiro à fera foi pega em pleno ar e seu corpo se espatifou em chamas. O outro cyborg teve sua barriga alvejada pelas balas cuspidas pela metralhadora de Rubens, o montanha, a besta caiu sangrando. Raquel disparou com sua pistola 45, atingindo a cabeça de um predador que vinha a sua esquerda. Deda correu e atirando, derrubou mais três feras. As rajadas da metralhadora pegaram os seres enquanto esses dilaceravam uma vítima que cuspia sangue pela boca.
Logo as balas iam acabar e se o avanço das pontes não fosse contido seria o fim. O administrado Zeca segurava um rifle e disparava do alto da muralha.
— Não vamos conseguir era melhor terem ido salvar os videntes— disse Zeca para Leandro.
— Ainda estamos vivos não estamos? Então não venha entregar a porra da luta antes do final. — Falou Leandro.
— Colocamos as porras das minas para nada — falou Juliana enquanto disparava com seu rifle.
— Espera um pouco! Cacete, podemos atirar nas porras das minas caralho!! — Gritou Núbia.
— Como assim? Elas estão dentro da água lembra? — Indagou o japa. Núbia o ignorou e pegou seu detecto calor, o mesmo a parelho usado para localizar Roberto quando esse foi atacado pela cobra dentro do rio. Núbia o acoplou ao rifle. Depois apontou a arma para as águas do lago e as manhas mais claras piscaram. Eram as minas, elas emitiam uma pequena luz para serem encontradas pelos soldados caso não fossem usadas. Era como eles as recuperavam.
O grupo de Roberto conseguia matar, mais criaturas selvagens, todavia a munição diminuía drasticamente. Mais monstros cyborgs, uma mistura de animais e maquinas, não paravam de adentrar pelos buracos nos muros.
Deda agora usando sua escopeta atirava contra um predador que investiu em sua direção, o monstro explodiu rolando pelo chão. Os tiros eram disparados como muita perfeição, mas os predadores pulavam e se desviam com sucesso.
Atrás de uma pilha de caixas de madeiras e entulho a força Delta combatia ao lado dos homens da vila. Se é que se podiam chamar garotos de quinze e dezessete anos de homens. Seus rostos juvenis refletiam o pavor daquela situação desesperadora.
— Estou quase sem balas! — disse Raquel
— Peguem as garrafas com combustível e atirem neles, quando elas acabarem — disse Roberto.
Logo os membros do segundo bando que era formado pelos leões adentram no lugar, com suas jubas saindo do metal e olhos vermelhos eles, eram maiores, mais fortes, mais violentos um maldito pesadelo.
Depois do castigo essa espécie que era oriunda da áfrica, fugiu dos circos e zoológicos e se pôs procriar em solo Brasileiro.
Mais disparo foi dado e os leões agora pulavam dentro das casas e matavam os soldados que de lá tentavam atirar ou jogar garrafas com líquido inflamável sobre eles.
Gritos de homens e berros dos predadores preenchiam o som da noite. As bestas estavam ganhando terreno. Três leões partiram na direção do abrigo das crianças. Roberto viu e saiu no encalço.
—Perra caralho !! — Gritou montanha e disparou atrás
— Puta que pariu onde ta indo nosso chefe ? — Indagou Raquel.
—Não sei, mas aposto que é para impedir alguma coisa, acho melhor ficarmos dando cobertura aqui, o montanha foi com ele. — Respondeu Deda. Raquel queria ir, entretanto se saísse deixaria o lugar mais vulnerável do que já estava.
Sobre a muralha Núbia conseguia atingir as minas com seu rifle, que agora estava com o sensor térmico acoplado. As forças da explosão jogaram as feras para o alto, dando fim as pontes de corpos que elas tinham feito.
—Morram filhos de uma cadela!! — Gritava Shatan. Zeca comemorava dando um forte abraço em um dos seus guardas. Logo Iury , o japa, atingiu mais minas usando o mesmo artifícios de Núbia. Ele certara bem abaixo e ao lado de uma ponte de corpos, onde o segundo bando já passava. Os leões vinham correndo com suas jubas enormes os corpos fortes brilhavam com os raios da lua. Devido a conflagração de energia desprendida das minas corpos e água subiram levados ao ar. Feras atordoadas urravam de agonia enquanto seus membros eram despedaçados pela poderosa explosão.
Os três leões que seguiram direto para o abrigo das crianças sentiram um cheiro forte de sangue fresco e por isso investiram para lá. Suas poderosas patas erguiam poeira enquanto percorriam naquela direção. A lua iluminava as feras e suas sombras se projetavam nas paredes das casas. Em sua perseguição vinha Roberto. Empunhado sua arma ele morreria, mas nunca permitira que os inocentes fossem mortos. A imagem da criança pedindo um abraço fora o que lhe fez ficar.