segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Águas Escuras



As trevas engoliam os nadadores em um turbilhão de bolhas , a água fria envolvia os copos que se movimentavam freneticamente mergulhado cada vez mais fundo. Sair nadando fora a única forma de escapar da matança promovida pelas estranhas criaturas cyborg aranhas, o pior de olhar pra elas era ver um rosto humano rodeado de olhos negros em volta da cabeça. A correnteza leva os soldados e o grupo de videntes pra longe em meio á escuridão.
Mergulhar cada vez mais fundo e a única coisa que viam eram formas de canos que iam se formando em alguns pontos do canal quando o grupo passava. Por sorte a corrente de água fazia com que não desperdiçassem energia nadando, mas mesmo assim esse trecho coberto era aterrorizante pois não havia como emergir. Juliana já se perguntava se fora mesmo uma boa idéia trocar? Nesse instante ela viu o grupo da frente ir subindo.
Logo eles emergiram em uma parte do conduto onde correnteza havia diminuído. Alia o canal era bem mais largo, muitos estavam tossindo por causa da água que entrara em suas gargantas, por muito pouco não se a folgaram.
— Ei na moral agente quase toma no rabo — Disse Leandro para Roberto. Esse riu e falou:
—Quase que dava merda mesmo, se Juliana não tivesse voltado gente teria morrido.
— Que coisas eram aquelas? A mesma da ponte? — Indagou Raquel que nadava ao lado deles.
—Acredito que sim na ponte tava escuro, mas lá deu pra ver um pouco melhor apesar da bagunça que estávamos metidos. — respondeu Roberto. Mais atrás vinha Shatan e Iury depois os cinco videntes e por fim encontravam-se Juliana, Montanha, Deda e Núbia.
— Foi muita sorte meso vocês terem voltado — a firmou Núbia para Juliana.
— Não foi sorte não, sou vidente também !!
— Você um vidente? Por que nunca falou sobre isso? — perguntou Montanha que nadava perto.
—Quando sairmos da água eu falo. E assim esse misto grupo de homens e mulheres seguiu nadando em meio às águas escuras.
Mais a frente Leandro avistou o que parecia ser uma ponte, tochas iluminavam o local, e algumas pessoas eram visíveis sobre a ponte.
Todos ficaram flutuando, mas sem nadar naquela direção. Um dos videntes já exaustos se apoiava nas bordas do canal.
As figuras que viviam naquela parte se intitulavam os seres das águas negras. Eram pessoas que há muito viviam perdidas nos labirintos da loucura e por isso não falavam e sim faziam um barulho estranho com a boca, os dentes eram serrados e lembravam dentes de piranha. E as unhas eram grandes também. Eles se caracterizavam a fim de parecer com a criatura que lhes inspirava, seu Deus o senhor das águas negras.
—Vamos sair da água? — Indagou Deda.
— Podemos passar por baixo nadando mais pra o fundo — sugeriu Núbia. O grupo agora todos já se encontravam lado a lado.Roberto falou:
—Iremos fazer uma abordagem cautelosa enquanto os videntes esperam aqui, segurados na borda do canal, daí não vão cansar e ficaram escondidos.
—Não quero mais ficar nessa droga de água — falou um dos videntes.
—Eu também não suporto mais, o frio esta me matando e se vocês não voltarem?
—Já falharam conosco uma vez e por seu desleixo quase moremos — disse outro.
—Além do mais estou ferida e...
—Calem as malditas bocas. Vão ficar aqui onde eu falei e se algum de vocês resolver me desobedecer, eu mesmo irei fazer com que seus malditos corpos cheguem até fundo desse canal !! — Gritou Roberto. Os videntes ficaram de cara amarada. Todavia a autoridade foi restabelecida.

Então o grupo Delta saiu pra investigar os misteriosos seres que por alia habitavam. Usando seu rifle de mira telescópica, Iury varreu a área procurando identificar os inimigos. Localizou cinco sobre a ponte, mais sete espalhados dentro de unas construções feitas de metal.
O que mais assustou o Japa foi o aspecto daqueles homens, todos de peles pintadas e dentes e unhas a fiadas, em sua maioria eram careca ou possuíam a penas um tufo de cabelos sobre a cabeça. Homens e mulheres todos iguais. Não viu sinal de crianças.
Os soldados do círculo foram se aproximando sorrateiramente das instalações. Dos dois lados do canal varias caixas grandes de metal serviam como morda para aquelas pessoas. Depois de um busca rápida onde os soldados puderam neutralizar cinco homens de duas mulheres.
— Caramba! Loucos filhos da mãe, além dessa aparência repugnante e das peles pintadas e cheias de marcas pra ficarem parecidas com escamas eles tem os dedos das mãos costurados em pele morta. — Comentou Núbia.
—É são como patas de um pato. —
—Servem para nadar melhor. — Disse Roberto
—Temos que tirar os videntes da água — falou Juliana com urgência.Leandro e Montanha foram correndo com a finalidade de retirar os videntes da água.
Chegaram ao local e espiram para baixo, não havia ninguém!!
—Ei na moral os videntes se fuderam!!
—Tenho que concordar com você se fu mesmo. E agora?
—Vamos dar uma vasculhada no perímetro daí se não encontramos nem um vestígio nós voltamos e avisar aos outros — respondeu Leandro.
Mergulhar de novo nas águas escuras não era nada bom, parecia que estavam em um abismo submerso que os sugaria direto ao encontro da morte. Não acharam pista alguma sobre o paradeiro dos videntes, então Rubens nadou até a outra margem do canal. Alia encontrou pingos de sangue fresco. Fez um sinal para Leandro esse se aproximou e viu o sangue.
—É melhor irmos chama os outros — disse Leandro.
—Você vai enquanto eu sigo a pista.
—Ei na moral não é bom nos dividir.
—Besteira nós fomos treinados para isso, vai buscar... Logo Roberto e os outros já estavam nadando na direção deles.
—Porra o chefe parece que adivinha! — disse Rubens, O Montanha, olhando na direção dos nadadores.
Roberto e seus comandados saíram da água e foram se juntar a Leandro e Rubens.
— Que porra deu errado? — falou Roberto
—Os videntes sumiram novamente — respondeu Leandro.
—Tem pista aqui não vamos ficar perdendo tempo — disse Raquel.Deda já partiu na frente ia com urgência , a trilha de sangue mostrava o caminho escuro para onde os videntes vinha sido levados.
O grupo Delta seguia em formação, até se depararem com um tanque de água enorme. O Rastro seguia direto para lá.
—Vamos mergulhar mais uma vez? — Indagou o japa.
—Não temos escolha temos? — falou Roberto com cara feia respondendo com outra pergunta. O cansaço já dominava o grupo e os primeiros sintomas era a mudança de humor.
Todos mergulharam e nadaram até o fundo, lá em um canto de parede havia uma passagem, estreita que lembrava uma caverna. Deda fez sinal com a mão e todos o seguiram rumo ao desconhecido.
Depois de nadarem por entre rochas e algas eles subiram no que parecia um poço. E saíram em um beco de pedra, onde o solo era forrado de grama. Estavam fora dos túneis dentro de uma misteriosa vila.

Um comentário:

  1. Valeu man! Ando meio sem tempo para NET, devido a facu. ( internato puxadíssimo), posto apenas o que já está pronto. Ando atrasado na leitura. Por aqui ainda estou no capitulo 11, vc escreve mais rápido do que posso acompanhar ( característica louvável em um escritor). Estou vendo uma forma de publicar sem sair tão caro. ( um colega meu publicou esses dias), quando eu tiver a resposta eu te informo. vlw

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