segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Capítulo VI Sob fogo serrado



Roberto havia chegado a uma sala pequena e clara. A porta estava entre aberta. Dentro do recinto havia bancos, cadeiras, uma mesa e alguns armários velhos cheios panelas de barro e alumínio. O lugar era empoeirado e cheio de teia de aranha nos cantos das paredes. Raquel foi se prostra junto de outra porta que ficava na direção oposta de onde eles tinham entrado. Juliana examinava os armários e Deda ficou ao lado de Raquel.
—Não tem nada aqui nessa desgraça — falou Ju.
— Porta aqui dá para um corredor e ao que tudo indica é um refeitório as luzes mais a frente estão apagadas, mas posso ver o contorno de cadeiras e mesas — disse Raquel depois de uma rápida observação. Eles seguiram pelo corredor onde um carpete vermelho com bordas douradas se estendia até o refeitório. Foram se aproximando furtivamente. Então quando estavam no meio da sala de refeições, várias luzes foram ligadas e cerca de uns trinta homens todos armados avançara para os intrusos. Eles desceram da escada que ficava no lado sul da sala. Alguns portavam pedaço de madeira, outros, barras de ferro e facas.
— Hora do serem esmagados seus miseráveis, não dá para saber como escaparam da fera, mas não vão escapar de nós — falou o mais alto do grupo.
Roberto fez as contas mentalmente, dava mais ou menos sete oponentes para cada soldado da força Delta. Um número assustador para qualquer homem, todavia os membros do circulo não eram meros soldados seu treinamento era intenso, preparados para lidar com as bestas, lutar contra soldados menos treinados não representava uma grande ameaça, mas como falava o comandante Álvaro durante o treinamento de combate: “Nunca subestime nenhum adversário e trabalhem eliminando rápido cada oponente, pois assim terão mais energia para continuar lutando”.
— Vai ser ótima essa briga — falou Raquel lambendo os lábios superiores da boca.
Os homens da vila atacaram. Os que partiram na frente foram atingidos por cadeiras que se espatifaram amassando rostos e quebrando narizes. Poucos conseguiram se livrar das cadeiras que voavam atiradas pelo grupo Delta. Mas isso não assustou os que conseguiram escapar das cadeiras eles continuaram partindo para cima dos infiéis.
Roberto esquivou-se de um golpe de faca e consegui pegar o pulso do agressor. O infeliz teve o punho girado com rapidez e caio gritando sobre outro companheiro. Assim que o capitão da força Delta ergueu a vista mais dois enfurecidos cidadãos vinham levantando pedaços de pau e gritando de raiva. Roberto adiantou-se ao primeiro e com as duas mãos segurou os pulsos do cidadão. Girando veloz e se agachando Roberto projetou o desgraçado em uma queda violenta, o homem literalmente voou por cima do capitão e foi aterrissar sobre uma prateleira cheia de pratos e copos. Cacos de vidro se espalharam para todos os lados. Xícara, copos e lousas se espalharam pelo solo se fragmentando em mil pedaços.
Roberto conseguiu evitar a paulada aplicado pelo outro sujeito gorducho de camisa encardida. Quando corpo do homem passou por Roberto ele acertou um forte chute na barriga do gorducho. Em seguida cravou as garras que se projetavam do traje na jugular do homem. O gordo arregalou os olhos e tentou gritar, mas a voz não saiu apenas um som estranho e profundo que anunciava a chegada da morte.
Raquel foi atingida com um soco no rosto e depois um chute na perna que quase a fez cair. Mais dois sujeitos avançaram, nesse instante ela saltou girando o corpo no ar e dando cambalhotas de ginástica, indo para longe do perigo. Os agressores ficaram atordoados.
Deda mergulhou contra as pernas deu um adversário no momento exato que o elemento tentara lhe acertar a face com um soco. Então Deda levantou o homem abraçando suas pernas e colocando a cabeça ao lado das costelas do infeliz. A queda fora perfeita o sujeito caiu de batendo a cabeça no chão. Esse não mais levantou. Juliana perfurou um baixinho que tentou lhe dar uma facada, ela esquivou-se e cravou suas garras nas costelas dele. Logo outro sujeito tentou lhe agarrar por trans, mas foi derrubado por ela, que quando sentiu os braços do homem em volta do seu corpo, deslizou os quadris para o lado e agachou os joelhos em quanto segurava um braço do atacante. Agindo rápido ela o jogou por cima de uma mesa. Que desabou fazendo muito barulho.
Raquel acertou um chute no joelho de um negro forte, depois lhe atingiu como cotovelo na têmpora esquerda levando o sujeito a nocaute. Dois coroas de aproximadamente uns cinqüenta e cinco anos, de barrigas salientes se lançaram sobre ela. Raquel mergulhou no ar e passando por, eles, os dois se esborracharam no solo. Logo Deda acertou um cruzado no queixo de um dos oponentes nocauteando outro inimigo.
Um dos homens que havia sido atingido por Roberto, correu para a escada, precisavam de armas de fogo, pois estavam todos levando uma surra vergonhosa contra apenas dois homens e duas mulheres. As armas de fogo só eram permitidas em casos extremos e isso acontecia bem de baixo dos olhos de todos na sala de refeição. Além do mais o alarme teria que ser dado. Sendo assim muitas pessoas da vila viriam para combater os miseráveis.

A luta acabou depois que Roberto e Juliana tiraram de combate mais dois homens. A sala estava mergulhada em um verdadeiro caos. Mesas, cadeiras, tudo destruído, manchas de sangue por todos os lados e muita gente morta e outras desmaiadas. Roberto tinha a parte inferior do lábio sangrando. Raquel ganhara um olho roxo, Juliana sangrava pela boca e o nariz e Deda conseguira sair apenas com um aranhão na testa.
—Precisamos ir atrás das nossas coisas, vamos depressa, porque um deles escapou e não iremos ter tempo para interrogar míngüem. — Disse Roberto.
— Espero que os outros tenham mais sorte que nós — disse Juliana. O grupo deixou a sala e seguiu por outro corredor até que saíram em pátio. Era madrugada e o vento gélido cortava a vila, as estrelas ainda brilhavam no firmamento onde nuvens pesadas se aproximavam vindas do leste.
O pelo barulho do vento um temporal vinha chegando. Fora um temporal que fez Elias chegar até a vila com seu povo e agora uma nova tempestade formada no céu e na terra bem embaixo dos seus pés homens que ele julgava estarem mortos iriam faze um estrago ainda maior no seu amado lugar da verdade.
Homem que conseguiu escapar da briga no refeitório chamava-se George. Ele corria para dar o alarme. Essa madrugada não ia ser calma para ninguém. Partindo da entrada da prisão ele se dirigiu até a casa grande. De olhos arregalados adentrou no prédio.
— Rápido temos que dar a visar às pessoas que estamos sendo atacados! —
— Mas que droga é essa? — Indagou Oscar um dos guardas de Elias.
—Os desgraçados escaparam da besta!
— Que porra ta havendo? Eles foram marrados como assim ninguém escapa da besta. — George não deu mais explicação sua mão foi direto no alarme. Nesse momento uma luz vermelha piscou no quarto de Elias e um som de sirene foi ouvido.
Então acorreria se iniciou. Elias despertou e escutou uma batida insistente na porta do seu quarto. Mas que diabos aconteceu? Levantou-se ainda sonolento ouviu a sirene gritando pela noite. Vestiu uma calça preta que estava mais perto e vestido em uma camiseta branca abriu a porta.
— Senhor, Senhor! Eles escaparam — Falou George. Ao seu lado estavam, Oscar, Sérgio e Valdir. Todos já com armas em punho. Velhas espingardas e revólveres.
—Como assim eles escaparam? Alguém saiu da vila sem minha permissão?
— Não meu senhor os soldados de roupas estranhas conseguiram sair do poço de sacrifícios. — disse George. Essa revelação fez o estômago de Elias embrulhar e uma tontura o fez serrasse os olhos por alguns instantes. Por Deus era impossível alguém sair dali. Ele mesmo mandara amarrar os estranhos prevendo que algo podia dar errado, mas agora seu temor se confirmava.
— Todos escaparam?
— Só metade senhor. Eles venceram cerca de trinta de nós, lutando sem armas de fogo. Eu estava presente e pude ver: brigam como demônios, aquilo não pode ser normal. — Respondeu George.
— Vamos logo, quero esses cães mortos antes do amanhecer, podem pegar as armas de fogo, iremos fazer peneira de seus corpos. Usaremos tudo que vivermos para por fim a essa batalha, pois o lugar da verdade não deve cair.
Logo muitas pessoas se reunião em frente à casa grande, onde líder da comunidade dava ordens para seus homens entregar armas, de fogo.
Em anos de sobrevivência e dentre muitas vítimas que o lugar da verdade tinha ceifado, muitas dessas pessoas portavam armas que agora iriam ser usadas em grande escala a fim de acabar com os demônios negros.
— Senhor nós tentamos usar as armas deles, mas não conseguimos destravar o mecanismo de proteção — disse Robson um velhote magrelo e careca de boca murcha.
— Levem esse material bélico para a colina e não deixem ninguém chegar perto até termos certeza que os filhos da puta estejam mortos!! Leve alguns homens com você. — Ordenou o pregador da vila.
Uma senhora veio correndo e gritando que eles estavam dentro da sua casa. Era a velha viúva que havia capturado o grupo com sua sopa.
Roberto espiava pela janela e os outros tentavam achar as armas, mas tudo indicava que elas tinham sido levadas. O grupo arrobara porta dos fundos da residência a maldita velhota.
— Não tem nada capitão, achei a penas três revólveres e duas espingardas velhas, mas a boa notícia é que funcionam. — Disse Deda
— E má? — indagou Juliana
— Temos pouca munição e ... . Tiros foram disparados atravessando as janelas. Vidros pipocaram, a casa estava sendo alvejada, por muitos disparos. Os soldados foram ao chão.
— Puta que pariu, estamos em uma baita encrenca — disse Raquel.
— Soldados! Quero um no andar de cima com rifle, Deda faça uma barricada na porta dos fundos. Juliana,veja quantas janelas há nesse merda, rápido.
Roberto pegou a velha arma de tambor e olhou pela janela. Muitos moradores da vila estavam lá foram atirando, não havia formação militar todos disparavam livremente.
Raquel chegou ofegante ao andar de cima. No final da escada havia um corredor, do lado direto tinha um banheiro e a frente ficava os aposentos da velhota. O quarto era espartano, uma mesa, cama e um armário velho sem portas. A luz encontrava-se acessa, a guerreira desligou a única luz do recinto e depois foi para o lado da janela. Afastou a cortina. Deu uma coronhada no vidro e rapidamente fez pontaria. Disparou contra um dos homens que corria atirando contra a residência que fora transformada em forte ou que sabe a droga de uma cova. O homem foi atingido na cabeça e tombou.
—Capitão por sorte só temos mais uma janela a qual da para a lateral da casa. —Relatou Juliana.
— Positivo soldado, tome posição e evite desperdiça balas.
Logo Deda voltou e ficou em um das janelas que dava para a lateral da casa. Roberto cuidava da abertura da entrada. Juliana se colocou paralelo a ele, junto da outra janela. O grupo delta acertava seus alvos com bastante precisão. Todavia não poderiam resistir por mais tempo, as pessoas do lugar acreditavam que lutavam uma causa santa e seu líder espiritual as inflamava com palavras proféticas. Até crianças foram convocadas com a finalidade de jogarem pedras na casa.
— Agora o filho de uma cadela ta usando crianças — disse Juliana
— Infelizmente não são mais crianças são inimigos e se algum pegar uma arma de fogo pode atirar ouviram!!
— Sim senhor, Senhor!
Roberto sentia o peito apertar e rezava para não ter que atirar em nenhuma criança. Ele não ia permitir que seus soldados fossem mortos por meninos armados. Mas sábia que se acertasse um dos pequeninos nunca mais teria uma noite de somo tranqüila. Malditos fanáticos, sempre usam os mais fracos como escudos.
Raquel acertou um sujeito que tentava se esgueirar beirando a cerca da casa vizinha. Uma menina magra pegou uma arma e ficou olhando sem saber ao certo o que fazia com aquilo. Roberto viu e o coração disparou. Ele fez pontaria. Todos os músculos do seu corpo ficaram tensos. A pequena permanecia com a droga da arma, olhando para o cano da arma. Suas mãos miúdas seguravam o cabo do revólver. Era um cabo branco marfim.
O disparou foi certeiro, a pobre criança deu um grito, o revólver caiu lhe das mãos. Roberto ficou olhando a cena, seu dedo permanecia imóvel. Não apertara o gatilho. Juliana espiava para ele apavorada. Assim que a arma voou da mãozinha da criança, ela saiu correndo. Raquel conseguira atingir o revólver sem ferir a menina.
— Cacete! Meu Deus, ninguém atira em criança ouviram!! Se vamos morrer não quero que isso seja levado comigo para o túmulo.
— Graças a Deus chefe! Graças a Deus — Disse Deda.
Juliana transbordava de lágrimas nos olhos, mas mesmo assim continuou focada e disparava contras os miseráveis da vila.
Quando Shatan saiu pela porta noroeste da prisão, escutaram o tiroteio. O tempo havia mudado e pingos de chuva já se lançavam aos poucos das nuvens e davam os primeiros sinais de que uma tempestade que se formara no céu. Raios cortavam as nuvens e logo um trovão estalou nos céus. Depois mais tiros e gritos os quais vinham da aldeia.
— Merda, disparos de armas! — disse montanha
— Pelo jeito eles emboscaram nossos amigos. — Falou Núbia.
— Sem armas todos vão ser abatidos a tiros. — Disse Leandro visivelmente preocupado.
— Venham não temos tempo a perder, sei onde colocam todas as coisas importantes, como armas e outros pertences que rouba das pessoas mortas. — Disse Shatan. O japa correu para esquina e de lá pode ver a casa cercada pelos moradores. Agora um grupo caminhava com tochas a atirava sobre a casa.
— Filhos da puta loucos estão colocando fogo na porra da casa. Estão forçando eles saírem para serem mortos à bala!
—Não adianta permanecermos e se formos lutar sem armas acabaremos levando tiros e todos morrem. Somos há única esperança deles. Temos que pegar a porra das armas. — Disse Montanha.

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