sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Capítulo VII A tempestade



Pesadas nuvens cobriam o céu e uma torrente de água desabava sobre a terra. O vento gemia alto e a chuva açoitava os telhados das casas. As calhas estavam transbordando de água. Pequenos córregos já se formavam arrastando folhas e lixo pelas ruas. A noite se tronou mais tenebrosa e negra, todavia quando os relâmpagos rasgavam as nuvens uma claridade mórbida pairava pelo ar, revelando sombras grotescas das árvores sem folhas.
Em meio a esse cenário de caos parte do grupo Delta agradecia a chuva por ajudar a combater o fogo que agora consumia, parte do terraço da casa e se alastrava para dentro do lugar onde Roberto e os seus haviam se escondido. A fumaça invadiu a residência obrigando os soldados do círculo a correm para o andar de cima. Deda bem que tentou sair pelos fundos mais foi recebido a balas. Estavam cercados.
— Não há nada mais animador de que uma coisa ruim ficando pior — Disse Juliana. Piscando para Roberto.
—Onde porra estão os outros? — Indagou Roberto
— Espero que cheguem antes de sermos consumido pelo maldito fogo — disse Raquel. Deda foi para perto dela e espiou pela janela do quarto.
O desgraçado do líder ainda gritava estigando às pessoas para acabar com os infiéis. Raquel tentou atirar nele, mas com essa arma velha não era possível acertar o miserável.
As pessoas pareciam ter deixado de atirar e agora se aproximavam com tochas a fim de lançá-las contra a residência que já ardia em chamas. Raquel atirava em cada um que tentava chegar perto. Contudo em meio aquela tempestade a tarefa era complicada. Deda, Roberto e Juliana se juntaram a ela e os disparos foram ficando mais efetivos. Todavia a munição estava preste a acabar.
Shatan levou os outros por uma trilha já cheia de lama seguindo para a colina. Lá existia uma construção de pedras, onde boa parte das cosia, como armamentos e outros utensílios eram mantidos. O lugar possuía duas torres e uma única entrada, uma porta de ferro. A tempestade castigava o solo e o céu parecia estar em guerra. Relâmpagos faiscavam cortando as nuvens, os trovões estouravam e a chuva castigava sem descanso. A ventania também não dava trégua.
Montanha ia rastejando junto com o japa, Shatan, Leandro e Núbia. Os corpos cobertos de lama era uma camuflagem adequada para a situação. Por causa da forte tempestade alguns guardas da vila não estavam nas torres. Preferiram buscar abrigo dentro do prédio central. Entretanto deixaram dois homens lá para qualquer emergência. Esses não ficaram de bom grato, mas ordens são ordens.
Montanha conseguiu achegar ao pé do muro. Não havia luzes saindo das torres. Mesmo assim quando um relâmpago clareou a noite escura, Núbia viu um homem espiando para fora. Por sorte não olhava para baixo. O muro de pedra devia ter uns três metros. Rapidamente Montanha ficou em constado na parede e Leandro subiu nos seus ombros, depois Núbia escalou os dois conseguiu chegar encima do muro.
Núbia agachou-se e caminhou com graça pelo muro. Com rapidez foi em direção há uma das torres. Chegando perto saltou para um andaime de madeira. O vento produzia um terrível uivo de tristeza. Núbia viu quando um homem vinha saído.
O guarda Moises estava chateado por ter que ficar na merda da vigília em quando os outros escrotos estavam no bem bom. Então resolveu que era hora de trocar o turno. Deixaria aquela desgraça de torre para outro otário. Assim que colocou o pé fora foi a tacado por uma mulher que lhe atingiu com um chute potente a parte interna da coxa. Ele cambaleou sentido a dor do impacto da canela da moça contra os músculos da sua coxa. Tão rápido como viera o primeiro golpe veio o segundo: uma cotovelada no queixo que o fez cair desacordado.
Núbia espiou para o homem caído e rapidamente avançou sobre ele e quebrou-lhe o pescoço, não havia tempo para amarrar o sujeito, a vida dos amigos estava na ponta de uma navalha.
Quando se virou o guarda da outra torre saltou sobre ela. O homem vira quando a mulher entrou na torre de Moises. Naquele escuro não tinha como ele chegar atirando então resolveu ir à surdina.
Suas mãos se fecharam sobre a garganta da vadia. Ele viu o temor nos olhos da vagabunda. Núbia caiou tendo o agressor bem no meio de suas pernas. O sujeito tentava estrangulá-la deixando os braços estendidos. Nesse momento Núbia segurou com uma mão cruzada o cotovelo dele e com outra agarrou lhe o ombro. Rapidamente ela jogou o quadril para o lado e travou um braço do sujeito. Ele gritou em quando escutava seu braço estralar. Usando seu corpo como alavanca ela quebrou o lhe braço usando uma técnica de jiu-jitsu conhecida como arm-lock na guarda.
Em seguida Núbia montou no infeliz e deu lhe dois socos no rosto. Depois cravou suas garras no peito do desafortunado vigilante da torre. O coração dela batia com uma urgência fora do comum. Ela saiu pulou para do andaime e abri a porta de aço.
Montanha e o restante dos guerreiros entraram. Shatan rapidamente explicou como era o lugar por dentro. De posse dessa informação Montanha comandou o ataque.
O edifício central lembrava mais um celeiro, com uma porta de madeira três janelas retangulares uma em cada lado e outra nos fundos. Todas na parte alta da construção onde uma faixa de pedra lembrando um alpendre circulava o prédio. Dentro tinha um andaime largo que dava a volta no lugar. Havia duas escadas uma nos fundos e outra no lado direto do andaime. Ali eram guardadas, armas e pertences de pessoas mortas. E quase tudo que interessava a comunidade. Entretanto objetos preciosos como ouro e jóias ficavam no quarto secreto de Elias, o dono da vila, o homem que comandava todas as vidas, o homem escolhido por Deus para libertar as almas do mundo de pecados. Um louco que acreditava que tinha um nobre propósito em sua caminhada terrena.
Dentro do edifício dez homens armados conversavam, sem se preocupar com a segurança do lugar. Como eles não pertenciam à classe dos militares, poucos ligavam para que as armas estivessem ao alcance das mãos. A luz que iluminava o lugar vinha apenas de duas tochas grandes que foram colocadas em suportes de ferro pressas em colunas de madeira.
Então os homens comandados por Rubens, o Montanha, a tacaram. Rubens arrombou a porta da frente enquanto o restante de grupo quebrou as vidraças. Os homens da vila pegos de surpresa pareciam baratas tontas correndo sem saber para onde ir. Alguns conseguiram pegar suas armas e díspar, todavia no meio da confusão os disparos erram o alvo.
Voando pela janela Núbia deu um rolamento e depois saltou sobre um sujeito que corria apavorado. Ela lhe acertou a cabeça com a ponta da bota. Montanha partiu para cima de um velhote que atirou contra ele feliz mente a bala atingiu o colete e o grandalhão nada teve. Montanha deu um soco que o velho voou longe batendo com a cabeça em uma coluna de madeira. Shatan soltou um chute no rosto de um dos vermes quando esse ia subindo para o andaime,a fim de escapar.O sujeito desabou caindo por sobre umas ferramentas de arar a terra. Leandro lutava contra dois sujeitos que subiram no andaime quando eles atacaram.
Os dois que lutavam contra Leandro tinham armas em punho, mas por causa da proximidade com o invasor as espingardas, foram inúteis. Leandro esmurrou um deles na barriga e depois deu uma joelhada no rosto que o homem caiu estalado de cima do andaime. O outro tentou acertar o soldado com o cabo da arma, mas Leandro se esquivou e deu lhe um chute no joelho. A pancada foi forte. Com estrema habilidade a perna que dera o chute foi colocada no chão enquanto a outra subia veloz acertando a cabeça do oponente.
Dos cinco homens que restavam dois deles lutavam contra montanha e os outros três corriam para o fundo do prédio, quando foram atingidos por uma rajada de balas, disparado por Iury. O japa tinha localizado as armas do grupo Delta dentro de um caixote de madeira que estava com o tampo meio aberto. O caixote encontrava-se no canto do andaime da direita.
Montanha já erguia um dos homens sobre sua cabeça, quando escutou os tiros. Nesse instante o outro cara, um sujeito de barba espessa que brandia uma barra de ferro contra Rubens, o montanha, soltou o objeto e ergueu os braços. Montanha mesmo assim jogou o homem que ele havia levantado do solo. O pobre sujeito de caiu rebolando por cima de umas caixas velhas, fazendo um tremendo barulho.
— Conseguiu nossas coisas. Vamos temos que salvar nossos amigos — disse o japa. Núbia foi a primeira a constatar que todas as coisas estavam lá, mochilas com as provisões, o material de rapel, os sensores térmicos e os detectores de movimentos, binóculos e as minas. Aparentemente eles não tiveram tempo para mexer nas cosias.
— Não mate agente, por favor — disse o barbudo.
— Isso pode ser atendido, mas garanto que vai doer — disse Montanha. E partiu para cima do barbudo dando lhe um forte soco no queixo. O homem caiu desacordado.
Agora com suas armas os membros do circulo eram mais letais que antes e corriam contra o tempo, pois a vida dos outros dependia de medidas rápidas.
As balas tinham acabado, e o fogo já consumia boa parte da estrutura da casa. Por sorte ou capricho do destino a tempestade que desabava intensamente manteve o as chamas menos intensas. Mas isso não foi o suficiente. Uma vez que os desgraçados mudassem a tática e arremessassem garrafas cheias de líquido inflável, onde um pano em bebido no líquido ardia em chamas.
— Meu Deus isso ta um inferno !! — Gritou Roberto
— Temos que dar o fora daqui bem rapidinho se não vamos virar carvão — falou Raquel.
— Ou morreremos sufocados pela fumaça— disse Deda
Agora as chamas lambiam boa parte do quarto e o barulho de madeira quebrando, era o som da destruição. A casa começava a cair. Parte da sua estrutura já sedia perdida no mar de fogo.
Roberto pulou junto com os outros e nesse precioso instante o quarto onde eles tinham ficado minutos antes, desabou tragado pelas chamas. Logo os membros do grupo Delta foram cercados pelos habitantes da vila. Mal tiveram tempo de se levantar quando muitas pessoas, homens, mulheres e alguns jovens caíram sobre eles. Murros foram desferidos e chutes dado por todos os lados. Mãos impiedosas queriam sangrar os demônios, acabar com eles.
— Parem gritou o santo homem!! — Elias não queria que os infiéis fossem mortos sem seu consentimento.
Todos obedeceram. Então Elias ordenou que eles fossem trazidos até uma das pontes onde estava a pedra brilhante. Lá na mesma árvore, eles seriam enforcados e seus corpos apodreceriam servindo de banquete para os urubus.
Raquel sentia a cabeça latejando e sangue escorria de sua cabeça, molhando sua face. Mãos fortes erguiam seu corpo. Roberto ainda estava inconsciente, pois fora a tingido forte na cabeça. Juliana gemia baixinho enquanto era arrastada pelos cabelos. Deda fora puxado pelas pernas, por um homem forte com uma grossa cicatriz no rosto.
Duas mulheres vinham trazendo as cordas e todos gritavam de euforia. Os demônios tinham sido vencidos.
—Meus irmãos, meus guerreiros de Deus, vós fostes fortes para subjugar demônios que nem nossa fera conseguiu combater — Discursava Elias trepado no alto da árvore. Enquanto os condenados eram preparados para o enforcamento. Logo três aldeões trouxeram um bando grande e um barriu de ferro onde os demônios ficariam até serem empurrados para a morte
O japa foi primeiro a chegar a vila seguido por Shatan, mais atrás vinham Rubens, Alexia,Núbia e Leandro. O japa usou sua arma preferida o sniper. A mira logo revelou a gravidade da situação: parte da força Delta fora domina e estavam sendo preparados para terem o triste fim. Morreriam enforcados. Todavia um girou rápido pelo campo de batalha revelava que muitas baixas foram sofridas pelo lado inimigo.
—Puta que pariu os loucos vão enforcar nossos amigos! —Disse montanha que chegara já se posicionando com seu binóculo.
— Todos sabem o que fazer! — falou Núbia então Leandro foi preparar as armadilhas que consistiam em colocar pequenas minas espelhadas nos lugares com poças de água. Núbia pegou seu Sniper e se preparou.Shatan recebera uma pistola com mira laser de calibre 45.
Os corpos de Roberto, Juliana,Raquel e Deda já estavam prontos para serem enforcados. O pastor louco berrava gesticulando para os céus.
—Mate a cabeça e a cobra morre — disse Iury antes de puxar o gatilho, o vento tinha diminuído um pouco sua velocidade. Outro relâmpago cortou o céu. Iury apertou o gatinho, a bala veloz rasgou o ar e um rastro azulado foi deixado para trás.
A cabeça do Elias explodiu como uma maldita melancia. O corpo sem vida ficou gesticulando como se não soubesse que a droga da cabeça não estava mais lá. O povo se espalhou como um bando de passaras assustados. As mulheres gritavam. Mesmo assim um rapaz narigudo de bigode ralo, lembrando um ratazana tirou os apoios de madeira que havia sobre os pés dos condenados. Depois chutou o barriu.
As pessoas em fúria corriam para o grupo de homens que disparavam com suas armas. Eles iam pagar caro por essa afronta. Mataram seu líder, o homem escolhido por Deus para livrá-los das bestas.
Rápidos e precisos o japa e Núbia tiveram que ter sangue frio a fim de não entrarem em desespero com isso prejudicar os disparos alterando o curso das balas. Segundos eram preciosos, pois os amigos estavam morrendo sufocados pelas cordas. Por sorte os encostos eram baixos e míngüem quebrou o pescoço. Eles se mantiveram firmes e dispararam.
As balas rasgaram os pingos de chuva que ainda caiam em abundância, transformando as ruas em pequenos córregos. Uma a uma os membros condenados da força Delta caíram no solo molhado da ponte, onde a o estranho objeto com sua luz azulada brilhava em meio ao caos.
Balas eram cuspidas dos canos das armas e Montanha gritava enquanto sentia a metralhadora pulsar em suas mãos. Shatan atingiu alguns membros da multidão enfurecida, mas erro outros. Alexia gritava e se tremia vendo aquele cenário de destruição.
Assim que alguns dos moradores loucos da vila chegaram até onde as minas tinham sido colocadas. Corpos voaram espalhando terror e agonia para todos os lados. Era hora da retirada.
Contornando a casa grade, Montanha, Núbia, Shatan, Alexia, Leandro e o japa cruzaram a ponte. Havia ainda alguns homens na ponte, mas foram baleados por Leandro e caíram para dentro do abismo.
Roberto sentiu o corpo ser erguido do solo e abriu os olhos. Via tudo de ponta à cabeça. Sabia que estava sendo levado por um sujeito forte e a vila ficava para trás. Logo as pontes explodiram. E ele reconheceu um dos seus soldados correndo atrás dele. Leandro levava Raquel nos ombros, Núbia carregava Deda. Juliana fora à única em condições de correr segurando a mão de Shatan e Alexia. Iury vinha atrás e foi o único a ver u grupo de prisioneiros avançando para os que sobreviventes. Outra luta se iniciou, mas o grupo Delta já estava fora de perigo ai em busca de um lugar seguro.

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