terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Um passeio nas trevas Capítulo XVII

A escuridão era soberana dentro do mundo subterrâneo em que havia se transformado os esgotos. Ninguém sabia ao certo como tudo começara, mas depois do castigo, muitos se refugiaram nos esgotos e passaram a viver a li, escavaram mais fundo a fim de se protegerem dos predadores. Então galerias inteiras foram modificas, passagens tinham sido criadas e alguns alimentos cultivados com luze artificial como verduras e legumes foram implantados. Caixas de água potável e cisternas se espalharam em grande número absorvendo água da chuva a través de canos grossos que desciam da superfície.
Mas viver nas trevas deixou os homens doentes, aos poucos eles esqueceram o que era belo e palavras como compaixão e bondade foram tiradas de seu vocabulário, o canibalismo e a loucura, foram se instalar no meio daquele inferno. Seitas malignas se espalharam como praga proclamando sua verdade obscura. E eles abraçaram a escuridão.
Sem Deus os homens sucumbiram à loucura e esqueceram o calor do sol. Sem sonhos as mentes galgaram os degraus da insanidade, a esperança de uma raça se fora, perdida junto com seus heróis.
Deda ia à frente passando pelos lugares apertados e unidos, onde baratas corriam para todos os lados. O ar era quente e mal cheiroso. Poças de água negra banhavam as botas dos soldados.
Logo o trecho ficou mais largo e Deda saio em uma área bem ampla. Depois de descer cinco degraus, ele chamou os outros. Ali as paredes eram mais altas e o ar menos fedido. Toda via as poças eram maiores e mais fundas chegando quase no joelho. O solo estava esburacado e lodo cobria boa parte das paredes de azulejo.
— Lugarzinho maneiro esse! Amei — Disse Shatan rindo.
— Cala aboca magrelo!! — Rosnou montanha dando uma tapa na cabeça de Shatan, que quase cai de cara na lama, uma vez que saiu cambaleando e foi pego por Leandro que disse: — Ei na moral que tapa da porra, meu irmão pensei que ia arrancar a cabeça do mago. — Leandro ria em quando Alexia olhava com cara feia para montanha.
—Impressionante como mesmo em uma hora dessas vocês não levam nada a sério! — Brigou Raquel olhando pra Leandro, Shatan e Montanha. Roberto nada notou, pois sua mente estava em estado de alerta. Observa tudo atentamente, olhava para os cantos mais sombrios com o binóculo no modulo de visão noturna. Teria que mandar colocar uns óculos de visão noturna na armadura na próxima parada caso saíssem vivos.
— Puta merda, eu tenho péssimas recordações de esgotos — Disse Iury.
—Todos nós temos, todavia Roberto foi o que mais vezes veio aqui e um dessas vezes voltou por mim — falou Deda emocionado.
—Somos sobreviventes lembram e vamos sair novamente daqui. — Disse Juliana. Deda afastou-se e foi verificar mais as pistas.
—Vamos pela esquerda, as paredes aqui estão mais sujas e as manchas são recentes. — falou Deda. O grupo seguia sempre atento. A ordem era pra usar as armas brancas, como os bastões e garras, balas só em último caso, pois saindo dali ainda teriam que andar até o posto de parda. E sempre tinha a possibilidade de encontra surpresas desagradáveis pelo caminho, como as bestas cyborgs.
Roberto não parecia nada confiante, tudo permanecia quieto. Aquilo por si só já o apavorava. Pior do que encarar o perigo era o suspense de encontrá-lo a qualquer instante. Andaram mais de cinqüenta metros e agora as paredes se estreitaram. Nas laterais havia canos pingando água. Então uma gritaria se fez ouvir, berros de pessoas possessas chegavam até os ouvidos dos soldados. Roberto a justou o binóculo e o que viu fez seu coração bater mais forte. Alexia gritou e Shatan tapou lhe a boca.
— Sobe, sobe na porra das paredes rápido!! — disse Roberto com urgência na voz.
—Mas Alexia e Shatan não estão usando uniformes? — indagou Juliana.
— Ela sobe nas minhas costas e Shatan nas costas de Rubens — Disse Roberto. Os gritos se tornaram mais estridentes e se aproximavam. Nesse instante, muitas vozes foram ouvidas junto com os gritos, com rapidez o grupo Delta escalou as paredes como verdadeiras lagartixas humanas. Abençoadas modificações feitas nos trajes pelo cientista Fábio.
Logo um bando de loucos com os cabelos desgrenhados e corpos nus foi passando pelo local. Essas pessoas portavam machados, facas, barras de ferro alguns levavam tochas. Traziam prisioneiros.
Os prisioneiros gritavam em quanto eram carregados em grossas estacas e tinha seus corpos amarrados com arame. A cena era forte. E os que conseguiram olhar teriam pesados durante muitas noites. Os corpos perfurados pulsavam de sangue.
Devia haver cerca de cinqüenta loucos ou mais, por último vinha um todo vestido com cabelos das mais variadas cores, que lhe cobriam o tronco; na mão direita um cajado. Esse sujeito professava canções do inferno. Sua voz era grave e abarba suja estava cheia de piolhos. O mau cheiro de urina e sujeira impregnava o ar.
Núbia andou mais para o canto perto do teto e para seu azar; ela colocou as mãos em um lodo. Sentiu o corpo despencar. O japa foi rápido e segurou sua mão. Ela balançava em pleno ar sob as cabeças de um bando de fanáticos. O pensamento de todos era não cai, não cai, porque se isso acontecer, será o fim. Todos teriam que lutar em um espaço apertado, e a munição suficiente nada ajudaria.
Os loucos passaram e logo o lugar mergulhou no silêncio e na escuridão. Núbia suava por todos os poros, por muito pouco não caiu em meio a um destino cruel. Depois que desceu ela agradeceu dando um beijo longo no rosto de Iury.
Roberto assumiu a dianteira junto com Deda. O grupo seguiu por uma área mais aberta, até chegarem a uma bifurcação. Ali goteiras pingavam do teto e nas paredes manhas de sangue seca coloriam o macabro ambiente.
— E agora? — Indagou Roberto. Deda procurou mais rastros e falou
—Vamos pela esquerda,mas não tenho certeza.
—Então acho melhor agente se dividir — falou Shatan que acabara de chegar com os outros.
—Nem pensar !! — falou Roberto.
—Teríamos mais chance de cobrir uma área maior em menos tempo.
—Inda não pretendo tomar essa medida, juntos temos mais chances de sobreviver. — falou Roberto.
—Mas também podemos perder os caras de vista pra sempre. — Roberto ainda estava com duvida quando Iury falou:
—Acho que ele tem razão. Chefe podemos achar os videntes logo então ... Juliana deu um forte grito e caiu no chão. Os olhos viravam e ela tremia sem parar.
Raquel ajoelhou-se perto dela e a segurou no colo. Pouco depois, ela abriu os olhos e falou: — Se nós se paramos vamos morrer!!
—Como é? — Indagou Montanha
—Eu vi todos nós morrendo pelas mãos dos loucos, eu vi minha própria morte!! Há via uma pessoa de cabelos longos e negros que nós condenava ela parecia uma mulher, mas a escuridão não deixava ver nenhum traço do seu rosto. E depois ouvi os gritos e luzes roxas piscando. Notei que metade do grupo não estava lá eles tinha morrido antes. Por isso não devemos nos se parar.
—Meu Deus ela é uma vidente! — A firmou Núbia.
Juliana ficou de pé bebeu um gole da água e o grupo seguiu através do caminho que ficava a esquerda. A li tudo era mais escuro e o barulho de água era mais forte. Todos queriam saber mais sobre o dom de ju, mas não era hora nem lugar.
Sem que soubessem uma criatura estava a caminho um ser medonho vinha a fim de capturar seres humanos. E o grupo Delta era sua caçada.


Continua no próximo capítulo a guardem...

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